“O chip aumenta de maneira significativa a eficiência do tratamento”, garante o ortodontista Alcides Gomes Júnior, da Clínica Uniorto, de São José do Rio Preto (SP), que introduziu o equipamento eletrônico há dois meses.
Crianças e adolescentes que rejeitam os aparelhos extrabucais para correção de dentes, maxilar ou mandíbula não têm mais como burlar o tratamento. Clínicas dentárias do mundo inteiro estão começando a acoplar nos chamados freios bucais um chip de computador que indica se o paciente está usando corretamente o aparelho.
Ao ser conectado ao computador do dentista, o chip informa se o aparelho está sendo utilizado de maneira adequada e pelo tempo necessário. “O chip aumenta de maneira significativa a eficiência do tratamento”, garante o ortodontista Alcides Gomes Júnior, da Clínica Uniorto, de São José do Rio Preto (SP), que introduziu o equipamento eletrônico há dois meses.
“As crianças ficam mais responsáveis porque não têm mais como fraudar o tratamento. Além disso, elas estão vibrando com a alta tecnologia. Algumas até querem que o microchip seja colocado em local visível, no lado de fora do aparelho”, afirma Gomes Júnior.
Fazer os jovens pacientes usarem corretamente o freio bucal -chamativo e desconfortável- sempre foi um desafio para pais e dentistas. Muitas crianças não seguem à risca as orientações e colocam o profissional na constrangedora situação de ter de delatá-las para os pais.
Não são raros os casos de pais que, ao aceitar a versão do filho, passam a desconfiar da eficácia do tratamento. “O chip acaba com a discussão no consultório, e os pais ficam mais tranquilos porque a criança está sendo monitorada”, afirma Gomes Júnior.
A novidade, porém, não entusiasma todos os profissionais. Para o ortodontista Fábio Bibancos, de São Paulo, o chip é uma tecnologia cara, útil apenas nos casos em que o tratamento não avança e os pais querem saber por quê.
“O ortodontista sabe, pela própria movimentação (dos dentes, do maxilar ou da mandíbula), se a criança está usando corretamente o aparelho”, observa. Gomes Júnior afirma, no entanto, que o tratamento com microchip na Uniorto é só 10% mais caro que o convencional. “As vantagens compensam”, diz ele.